Cecília Meireles
Poetisa Brasileira
"Não venci todas as batalhas que lutei, mas perdi todas que deixei de lutar"
Biografia
Cecília Meireles foi uma renomada escritora brasileira, considerada uma das maiores poetisas do país. Ela nasceu em 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro, e faleceu em 9 de novembro de 1964.
Cecília Meireles teve uma infância marcada por perdas, como a morte de sua mãe quando ela tinha apenas três anos de idade. Aos nove anos, perdeu também seu pai. Essas experiências de perda e solidão influenciaram sua obra poética.
Formada em Filosofia, Cecília começou a escrever desde cedo, publicando seu primeiro livro de poemas, "Espectros", em 1919, aos 18 anos de idade. Ao longo de sua carreira, ela escreveu diversos livros de poesia, além de ensaios, crônicas e literatura infantil.
A obra de Cecília Meireles é conhecida por sua sensibilidade, profundidade e musicalidade. Seus poemas abordam temas como amor, morte, infância, natureza e espiritualidade. Sua escrita é caracterizada pela linguagem poética e pela riqueza de imagens.
Poemas
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Pensador
Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra, Onde termina o céu.
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde é Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa, completamente silencioso.
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.
Serenata
Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silêncio, e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo.
Fio
No fio da respiração,
rola a minha vida monótona,
rola o peso do meu coração.
Tu não vês o jogo perdendo-se
como as palavras de uma canção.
Passas longe, entre nuvens rápidas,
com tantas estrelas na mão...
— Para que serve o fio trêmulo
em que rola o meu coração?
Campos verdes
Sobre o campo verde, ondas de prata.
Andava-se, andava-se...
Sobre o verde campo, sempre outras águas.
Sobre o campo verde, paciente barco.
Errava-se, errava-se...
Sobre o verde campo, sempre outro espaço.
Sobre o campo verde, todas as cartas.
Armava-se, armava-se...
Sobre o verde campo, sempre o ás de espadas.
Sobre o campo verde, qualquer palavra.
Olhava-se, olhava-se...
Ai! sobre o verde campo, mais nada.
Vigília
Como o companheiro é morto, todos juntos morreremos um pouco.
O valor de nossas lágrimas sobre quem perdeu a vida, não é nada.
Amá-lo, nesta tristeza, é suspiro numa selva imensa.
Por fidelidade reta ao companheiro perdido, que nos resta?
Deixar-nos morrer um pouco por aquele que hoje vemos todo morto
Romanceiro da Inconfidência
Lírica, intimista e mística, abordou os temas da precariedade da vida, do amor, da morte e da fugacidade do tempo. Em 1953 lançou Romanceiro da Inconfidência, um dos marcos da literatura social brasileira, no qual recria poeticamente a saga de Tiradentes e dos demais inconfidentes nas Minas Gerais do século XVIII.
Mesmo em Romanceiro da Inconfidência, o material épico, histórico, social e participante está alicerçado nos quatro pilares que sustentam a dicção personalíssima de Cecília Meireles: tempo, memória, efemeridade e eternidade.
""Se não chegas nem pelo sonho,por que insisto em imaginar?"
CECÍLIA Meireles
"Eu quero a memória acesa depois da angústia apagada"
Créditos
Professor
Marcelo gama
Turma 3001
João Alencar
Evelyn Martins
davi
josÉ
edson
Airton
Ana Carolina
Anna júlia
Ana Flavia
arthur
Bruna
Caique
Carlos
Dara
Evelyn rayara
Gabriel nunes
Graziele
Izabel
Juliana
Turma 3002
Mariana
thiago
Michael
Natan
Nicole da silva
Nycolle da cunha
Lavinya
Nicolas
Vitória aparecida
Vitória isabele
Rafaela
Maria luiza
Maria clara